sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

CIPÓ VIVO. XI° Mutirão de Combate à Braquiária na Serra do Cipó.

Neste final de semana (28/fev e 1°/março) acontecerá no Parque Nacional da Serra do Cipó, o XI° Mutirão de Combate à Braquiária. Serão dois dias de plantio de mudas de espécies nativas na baixada do Rio Cipó, dentro do Parque. E como sempre, terá um belo almoço coletivo!!
O convite esta feito!


Informações: Parque Nacional da Serra do Cipó: 31.3718-7228

Curiosidades:

O projeto CIPÓ VIVO está em prática desde 2006.
A proposta é controlar a braquiária e promover a revegetação com espécies nativas na baixada do Rio Cipó.
O capim-braquiária é uma gramínea africana, trazida para o Brasil no século passado para ser estudada como planta formadora de pastagem. A espécie é muito tolerante ao pisoteio do gado, gosta de sol, tolera condições precárias de solo e foi rapidamente adotada pelos criadores de gado porque suas sementes se espalham e germinam com muita facilidade. O problema é que a braquiária pode se tornar um vilão para áreas de cerrado das unidades de conservação por competir duramente com as plantas nativas. Ela possui o efeito alelopático, isto é, secreta substâncias que inibem o crescimento de outras espécies, o que gera uma perda significativa de diversidade, principalmente dentre as plantas de pequeno porte.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Fingerboard. Treinando em casa.




O Finger Board, é um recurso muito utilizado para ganho força e resistência nos dedos e mãos. Os escaladores que buscam melhor desempenho utilizam esse recurso.
Um Finger board ocupa relativamente pouco espaço, bom para aqueles que não querem construir um muro de escalada em casa.
O treino no Finger Board pode ser feito ao final da escalada ou num dia especifico pra isso, numa freqüência de uma a três vezes por semana. A periodização do treinamento é muito importante, por isso o Finger deve entrar na fase de ganho da força ou resistência de forca dos dedos e das mãos. Nunca utilizar esse recurso na fase de treino de base (início dos treinamentos).

O tempo de treinamendo deve durar de 10 min até 30 min. Quando o objetivo está mais no ganho de força, o tempo de descanso deve ser maior entre as séries e as pegas devem ser menores. Quando o objetivo está na resistência de força, o tempo de descanso deve ser menor entre as séries e as pegas um pouco maiores.

Dê preferência para as pegas abertas e abauladas, evitando os regletes. Trabalhar diferentes ângulos de isometria como flexão máxima dos cotovelos, 90 graus e 180 graus dos cotovelos e extensão máxima. O tempo de isometria normalmente varia de 5 seg a 1 5seg.

Você podera variar a dificuldade acrescentando peso (caneleiras...).

Se o treinamento no Finger board é novidade para você, não esqueça dos alongamentos e basta algumas sessões de treino para você entrar no ritmo da coisa.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

SLACK LINE. JOGANDO COM O EQUILÍBRIO.



Provavelmente de origem circense, a Corda Bamba ou Slack Line surgiram para busca do equilíbrio físico e concentração de quem pratica, mas não se sabe ao certo quando e nem aonde surgiu, o que se sabe, é que hoje essa prática vem sendo aprimorada, e esta conquistando adeptos do mundo inteiro.


Seja no picadeiro de circo, de uma arvore para outra, ou encima de um cânion ou escarpa de pedra a vários metros do chão, os adeptos dessa atividade procuram mesmo é se equilibrar através de muita concentração e persistência, para desenvolverem novos padrões psicomotores, e se divertirem com ganho de autocontrole e autodomínio de si.


Essa atividade teve uma grande repercussão recentemente na década de noventa entre os escaladores que necessitam de equilíbrio e concentração para escalar.


Como os equipamentos usados eram os mesmos, foi fácil adaptá-los para pratica da corda bamba, bastou pegar e amarrar entre as arvores a um metro do chão para andar enquanto descansavam entre uma escalada e outra. Como todo esporte ou pratica se aperfeiçoam, essa também aperfeiçoou, e ao invez de corda os escaladores passaram a esticar uma fita tubular, que recebeu o nome de Slack Line.


A partir de então, alguns escaladores como bons aventureiros passaram a praticar Slack Line entre cânions, e de escarpas para totem de pedras a mais de cem metros do chão, com total seguridade que os equipamentos podiam oferecer, pois sempre estavam bem amarrados através de um cabo vida conectado entre a cadeirinha e a fita tubular.


No Brasil essa pratica também teve uma grande repercussão entre os escaladores que vem aperfeiçoando as técnicas e vencendo desafios como Maurício Martins, que nos conta que quando começou a andar com seus amigos foi mais difícil, pois não tinham quem observar, nem quem o instruir, mas com passar do tempo, e depois de muito treinando indo de um lado para outro, começaram a criar manobras e descobrir que andar na corda não era mais difícil que na fita, e vice-verso, mas a dificuldade estava aonde se treinava menos, pois não depende só da superfície onde se anda, mais também da tenção, de quanto se estica, e do comprimento utilizado.


Depois de muitos treinos a um metro do chão, Maurício Martins com vontade de vencer seus limites, começou a praticar Slack Line a seis metros de altura d’água e sete metros de um lado para outro da cachoeira Poço Azul no entorno de Brasília, e lá, começou a ir a busca de uma concentração mais interada com a natureza, ouvindo os pássaros, a cachoeira e todo o ambiente natural que o rodeava, e quando caia, diz ele, ainda tomava um banho d’água agradável.


Hoje a maior preocupação dos praticantes que gostam de montar a Slack Line nas alturas é com a boa utilização dos equipamentos, pois quando se utiliza equipamentos de segurança, tem que ter domínio sobre os mesmos para que seja só diversão!



Equipamento Básico: Fita tubular ou plana e alguns mosquetões.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

LANÇAMENTO DO LIVRO.


Lançamento do livro


"HISTÓRIA DO MONTANHISMO NO RIO DE JANEIRO", de Waldecy Mathias Lucena.


O livro aborda desde os PRIMÓRDIOS até a DÉCADA DE 1940, a Era da Consolidação deste esporte. A história se confunde com a história do montanhismo nacional, pois nessa época o montanhismo era praticado quase que exclusivamente no Rio de Janeiro. Trata-se de um livro onde se fala das técnicas e materiais empregados na escalada ao longo de sua evolução, fatos e curiosidades que marcaram o passado das ascensões a montanhas, mas principalmente de homens, verdadeiros heróis, alguns anônimos até aqui, outros esquecidos ao longo do tempo, todos revelados pelo autor e valorizados por seus feitos, que escreveram a história do montanhismo.O livro está em sua segunda edição e é a primeira publicação o Selo Montanhar . Tem muitas fotografias e trata-se do primeiro livro sobre o tema publicado no país e é, portanto, imperdível.O evento contará ainda com uma palestra do autor com exibição de fotos.Reservem uma graninha para comprarem o livro autografado pelo autor.


Data: 5/março/2009 Local: Sede do CEM às 20:00 Endereço: Av. Nossa Senhora do Carmo, 221 sala 224

FONTE: FEMEMG



TEXTO DA CONTRA CAPA DO LIVRO


História do Montanhismo no Rio de Janeiro – dos Primórdios aos Anos 1940 é o resultado de um trabalho de mais de dez anos de pesquisa, ao longo dos quais Waldecy Mathias Lucena organizou um acervo com centenas de boletins de diversos clubes excursionistas, alguns deles já extintos, um acervo iconográfico com mais de 2.000 fotos, além de documentos históricos diversos.De posse deste material, Waldecy decidiu realizar ele próprio uma promessa que ouviu ao longo de seus vinte anos de montanhismo: a publicação de um livro sobre a história deste esporte.Através das páginas deste livro, o leito se remete ao passado e pode participar de excursões pioneiras, contadas em seus relatos originais, presenciar feitos seminais e conhecer seus autores, estampados em belíssimas fotos. A história do montanhismo no Rio de Janeiro revela verdadeiros heróis, que galgaram nossas montanhas, desde as menos desafiadoras até aquelas que pareciam impossíveis de ser conquistadas.As razões precisas que impeliram estes homens e mulheres a tais façanhas são desconhecidas. Mas uma atitude comum permeia suas iniciativas: a reverência à natureza.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

MASTER DE BOULDER. SANTIAGO CHILE 2009


PREMIAÇÃO:

1° lugar: US 2.500 + producto Black Diamond
2° lugar: US 1.400 + producto Black Diamond
3er lugar: US 700 + producto Black Diamond
4° lugar: US 400
5° lugar: US 180 en productos Black Diamond

ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DAS PLANTAS SOBRE AS ROCHAS.




Por Katia Torres Ribeiro.


As rochas estão por todo lugar, e hoje são um dos ambientes terrestres mais bem preservados de todo o planeta, sendo assim importantes refúgios para muitas plantas sensíveis ao fogo, ao gado e a várias outras atividades humanas. Na África do Sul, por exemplo, país quase todo varrido por incêndios, as plantas sensíveis ao fogo estão quase sempre confinadas nas paredes rochosas; na China acontece o mesmo, seu território foi praticamente todo convertido em áreas de agricultura, e somente as rochas e as montanhas elevadas abrigam uma vegetação original, mesmo assim bastante atingida pelos caçadores de bonsais[1].
Em diversos estados do Brasil, principalmente no nordeste, toda a área plana foi convertida também em pastos ou plantações, e muitas vertentes de montanhas são alcançadas pelas cabras e pelo fogo, de modo que a escassa vegetação original fica quase sempre restrita às paredes rochosas de difícil acesso[2]. Em um levantamento desse tipo de vegetação feito no maciço do Itatiaia, foram encontradas 114 espécies em apenas 800m2, que representam cerca de 25% do total de espécies do planalto[3],[4]. No incêndio de 2001, as manchas de vegetação sobre rocha não queimaram, o que mostra mais uma vez a importância das rochas como refúgio para muitas plantas.
A divulgação e crescente popularização dos esportes de aventura e ao ar livre vêm ameaçando as áreas naturais em geral, e também a vegetação sobre rocha, que tem aí seu maior fator de impacto[1],[5], pelo menos nas zonas temperadas. No Brasil, é freqüente também a retirada de plantas para o comércio ilegal, e são muitos os relatos de incêndios propositais nas paredes rochosas no nordeste e no Espírito Santo[6], bem de acordo com a piromania nacional.
O que as plantas sobre rocha têm de especial? As plantas encontradas nos paredões podem ser rupícolas, quando crescem diretamente sobre a rocha, ou saxícolas, quando se localizam em pequenos platôs ou fendas com solo. Nessas situações, a água que chega escoa rapidamente e os nutrientes são escassos. Por isso, as plantas crescem bem devagar, e muitas têm adaptações especiais para lidar com a escassez de água, como é o caso dos cactos e bromélias formadoras de tanques, que armazenam água, ou das orquídeas e bromélias do gênero Tillandsia, que conseguem captar rapidamente a umidade das nuvens, ou ainda as velózias (canelas-de-ema) e capins-ressurreição, que toleram a dessecação violenta das folhas com posterior re-hidratação das mesmas folhas. Algumas plantas são tão especializadas neste ambiente limitante que continuam crescendo devagar, mesmo se adubadas e irrigadas1. A bromélia Vriesea goniorachis, aquela espécie de folhas pontudas, comum nas faces norte dos morros do Rio de Janeiro, faz parte de um dos grupos mais especializados no hábito rupícola, ainda muito pouco estudado taxonomicamente (no que diz respeito à distinção entre as espécies e seus nomes), mas se sabe que cresce de forma extremamente lenta e resiste à adubação também[7].
Não é fácil se fixar na rocha. Imaginem quantas sementes se perdem por secura ou enxurrada para que uma se fixe e, finalmente, cresça. Basta observar uma via inacabada na face S do Pão de Açúcar, o Paredão Universal, para constatá-lo: ela começou a ser conquistada na década de 60, mas depois foi abandonada e até hoje não apresenta sinal claro de recuperação da vegetação luxuriante que cobre esta face úmida da montanha.
É muito difícil para uma semente conseguir viajar de uma montanha para outra e, além disso, chegar a germinar. Talvez por isso haja tantas plantas que são específicas de uma ou de poucas montanhas adjacentes. Plantas em diferentes montanhas, quando não trocam sementes ou pólens, vão se tornando cada vez mais diferentes até que formam espécies distintas, e assim surgem os muitos casos de endemismo restrito (espécies só encontradas em uma única montanha).
Depois que algumas espécies mais tolerantes se fixam, começa a haver a interceptação de partículas de rocha, de húmus e detritos de plantas, e assim surge um protossolo, em que vão crescer outras plantas, como algumas gesneriáceas, bromélias e aráceas. Em geral, há primeiro a entrada de liquens e musgos, que crescem extremamente devagar (alguns liquens crescem apenas 1mm por ano!). Essas plantinhas minúsculas vão decompondo a rocha química e fisicamente, e vão juntando um pouco de solo embaixo de si, e assim também ajudam as sementes das outras espécies a se fixar. Estas então germinam e começam a crescer de forma bastante lenta também. Algumas delas crescem prostradas na rocha, e formam algo parecido com um tapete, que ajudam ainda mais a fixar partículas de solo, e mais e mais espécies conseguem se estabelecer ali. No entanto, muitas vezes esses extensos tapetes estão precariamente presos na rocha, quase que apenas aderidos, e sua retirada, bastante fácil, interrompe um processo de décadas ou mesmo de séculos de duração.
Em resumo, podemos dizer que essas espécies crescem devagar, têm dificuldade de estabelecimento (germinação + fixação) e, portanto, ``investem'' na longevidade. Estas plantas são, no mais das vezes, muito velhas! Ruy Alves[8], pesquisador do Museu Nacional do Rio de Janeiro, estimou a idade das canelas-de-ema do Pão de Açúcar, aquelas pequenas plantas de flores brancas (Vellozia candida) no caminho do Costão e Paredão São Bento, em cerca de 150 anos, e em cerca de 500 anos as canelas-de-ema gigantes da Serra do Cipó. Larson e colaboradores1, que são biólogos e também escaladores, do Canadá, mostram fotos de árvores encravadas em fendas das falésias de Niágara, totalmente depredadas por rapéis feitos em suas raízes e caules (além de podas de galhos para dar passagem cômoda), sendo que algumas tinham 1700 anos de idade e eram pequeninas como arbustos! Casos similares de árvores antigas podem ser possivelmente encontrados nas grotas e fendas das montanhas altas do Brasil, mas ainda não se têm dados sobre as mesmas.
Por que as montanhas têm plantas diferentes umas das outras? Muitos fatores determinam quais plantas podem ser encontradas em uma certa montanha. Além do acaso e das chances das sementes terem chegado lá, as plantas são afetadas pelo regime de luz, pela rugosidade da rocha (tamanho dos cristais da rocha e forma de fragmentação), presença de fendas e outras concavidades, composição química da rocha e outros detalhes do relevo, além da presença de dispersores e polinizadores. Plantas muito diferentes são encontradas sobre quartzito, granito ou arenito, por exemplo[9].
Também é bastante evidente o papel da insolação, da declividade e da umidade. No hemisfério sul, as paredes voltadas para o norte são as que recebem mais horas de sol e, nos trópicos, menos espécies conseguem crescer nestas faces, por conta do calor e da falta d´água. O contrário acontece nas regiões frias, onde mais espécies são encontradas nas faces que recebem mais sol. A declividade também define bastante quais espécies podem ser encontradas. Algumas delas só conseguem crescem em paredes verticais, enquanto outras dependem de um pouco de terra, e são mais comuns nas paredes menos inclinadas (as grandes bromélias, muitas canelas-de-ema). A umidade depende dos ventos, da insolação e da declividade da rocha, principalmente. Às vezes podem ser encontradas grandes diferenças em umidade em paredes próximas, como é o caso dos morros ao longo do litoral do Rio de Janeiro. As faces voltadas para o sul são geralmente atingidas por ventos vindos do mar, úmidos, e por conta disso, a vegetação nessas faces costuma ser luxuriante, com muitas espécies e grande densidade. Das 12 espécies de orquídeas existentes nas rochas do Pão de Açúcar, apenas duas ocorrem na vertente norte, enquanto as outras 10 habitam apenas as vertentes voltadas para o quadrante sul[10].
A vegetação sobre rocha do sudeste do Brasil e de outros países tropicais da América do Sul é extremamente diversa, e rica em endemismos[2]. Embora as rochas do oeste da África sejam por vezes muito similares às do Brasil, lá as mesmas espécies tendem a ser encontradas em longas distâncias, e muitos afloramentos rochosos compartilham aproximadamente os mesmos conjuntos de espécies. No Brasil, cada montanha ou conjunto de montanhas tem suas espécies particulares, principalmente de bromélias, orquídeas, samambaias e canelas-de-ema.
A fragilidade da vegetaçãoEssa vegetação sobreviveu relativamente bem até hoje, mas na verdade é extremamente frágil. A fragilidade tem dois componentes importantes: a facilidade para remover a vegetação (resistência) e o tempo que ela leva para se recuperar (resiliência)[11]. Para retirar a vegetação sobre rocha não são necessárias nem grandes ferramentas, nem tratores, nem fogo, como em uma floresta. Basta a habilidade de subir (ou descer...) na rocha e a força de algumas pessoas, ou mesmo a passagem freqüente de cordas para causar um grande estrago. Já o tempo para a vegetação se reconstituir por meios naturais ainda não foi estimado, mas é certamente muito longo. Em locais com muitas fendas a vegetação pode voltar ao que era antes em menos de 100 anos[12], mas em superfícies lisas os processos são mais lentos. Esses tempos não foram medidos ainda justamente por estarem além da duração das nossas vidas, e pelo fato dessa vegetação muitas vezes ter sido vista com baixo interesse.
A recuperação destas áreas é impressionantemente difícil e lenta, e no caso de se querer apressá-la, muito cara. O que é destruído agora tem de ser considerado como perda total, a não ser que sejam implementados programas intensivos de recuperação.
A velocidade com que novas vias vêm sendo estabelecidas ameaça a estabilidade da vegetação e mesmo a existência de muitas espécies, e é preciso lutar por normas de conduta que minimizem o impacto em vias novas ou já criadas, ao mesmo tempo em que se tenta determinar um patamar máximo de retirada de vegetação das paredes.
Infelizmente, com os dados de que dispomos hoje, que são poucos, não é possível estabelecer limites de uso com muita objetividade. Os trabalhos de Rogério de Oliveira[13] foram os únicos no Brasil a fazerem uma amostragem sistemática das plantas sobre rocha também nas faces mais íngremes. Em geral, as coletas botânicas e os estudos ecológicos feitos com estas plantas se restringem às partes das montanhas que são alcançadas a pé com facilidade por um leigo em escaladas. Por esta razão, estima-se que quase todos os conjuntos de morros e montanhas no sudeste do Brasil têm espécies novas ainda por descobrir e descrever.
É mais fácil destruir e não se importar com plantas que parecem um simples mato. E o que é o mato? Pra maior parte das pessoas, é aquilo que vive em qualquer lugar, que cresce em abundância, que ``dá como mato''. Decididamente este não é o caso das plantas sobre rocha, muitas delas assim tão pequenas e na verdade mais velhas que nossas bisavós, e que conhecemos tão pouco. É responsabilidade de todos nós poupar e ensinar os outros a proteger essa vegetação da nossa sempre crescente velocidade.
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Referências[1] Larson, D.W., Matthes, U. & Kelly, P.E. (2000) Cliff Ecology. Pattern and Process in Cliff Ecosystems. Cambridge Studies in Ecology. Cambridge University Press, Cambridge. 340p.
[2] Porembski, S., Martinelli, G., Ohlemuller, R. e Barthlott, W. (1998) Diversity and ecology of saxicolousvegetation mats on inselbergs in brazilian Atlantic forest. Diversity and Distributions, 4, 107-119.
[3] Ribeiro, K.T., Medina. B.O. e Scarano, F.R. (2001) Rupicolous vegetation of the Itatiaia Plateau: Floristic composition, endemism and its relationship with the Atlantic Forest, Journal of Biogeography.
[4] Martinelli, G. & Vaz, M.S. (1988) Padrões fitogeográficos em Bromeliaceae dos campos de altitude da floresta pluvial costeira do Brasil, no estado do Rio de Janeiro. Rodriguésia, 64/66, 3-10.
[5] Nuzzo, V.A. (1996) Structure of cliff vegetation on exposed cliffs and the effect of rock climbing. Canadian Journal of Botany, 74, 607-617.
[6] Relatos de André Ilha, Kate Benedict e Pedro Nahoum
[7] Informação de Pedro Nahoum.
[8] Alves, R.J.V. (1994) Morphological age determination and longevity in some Vellozia populations in Brazil. Folia Geobotanica Phytotaxa Praha, 29, 55-59.
[9] Porembski, S., Barthlott, W., Dörrstock, S. & Biedinger, N. (1994) Vegetation of rock outcrops in Guinea: granite inselbergs, sandstone table mountains and ferricretes - remarks on species numbers and endemism. Flora, 189, 315-326.
[10] Miranda, F.E.L. e Oliveira, R.O. (1983). Orquídeas rupícolas do Morro do Pão de Açúcar, Rio de Janeiro. Atas da Sociedade Botânica do Brasil, 18, 99-106.
[11] Begon, M., Harper, J.L. e Townsend, C.R. (1996) Ecology, 3rd edn, Blackwell Science Ltd, Oxford.
[12] Ursic, K., Kenkel, N.C. e Larson, D.W. (1997) Revegetation dynamics of cliff faces in abandoned limestone quarries. Journal of Applied Ecology, 34, 289-303.
[13] Carauta, J.P.P. e Oliveira, R.R. (1984) Plantas vasculares dos morros da Urca, Pão de Açúcar e Cara de Cão. Rodriguésia, 36, 13-24.


FONTE: FEMERJ

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

MOSQUETÕES. Conhecendo um pouco sobre eles.


É a peça mais utilizada em quantidade e variedade de modelos em atividades como o Alpinismo, escalada, espeleologia, canyoning, pois é utilizado para unir os mais diversos materiais e equipamentos de segurança.

O desenvolvimento do esporte nos últimos anos fez com que surgissem diferetens fabricantes com inúmeros modelos. Quando se pretende adquirir um equipamento a questão fundamental é: QUAL O USO QUE PRETENDE FAZER DELES? e para que cada um dos equipamentos foram projetados. E não. Qual deles é o mais bonito? ou Qual falta na minha coleção?

Mosquetão com rosca

Para operações de maior risco - segurança e rapel - um mosquetão de rosca é essencial. Muito simples, porque com rosca o mosquetão não abrirá inesperadamente. Um tubinho é rosqueado por cima da abertura do mosquetão impedindo que este se abra. Um mosquetão de rosca pode parecer mais robusto mas não é mais resistente que um simples. Ele simplesmente fica fechado com mais segurança. Lembre-se que ele somente é um mosquetão de rosca se você lembrar de rosqueá-lo.

Mosquetão sem rosca

O formato original do mosquetão é o oval. Uma vantagem é a simples construção levando a um custo menor. O formato "D" é mais forte. olhe como ele sustenta a força: o peso é aplicado dentro do "osso" do mosquetão, fazendo com que o peso exerça força numa linha reta com a parte mais forte do corpo. Examine como o oval sustenta a força: a força tenta desentortar o mosquetão, porque o peso não está alinhado com a parte mais forte. (Pense como você quebraria um espeto. Você tentaria entortar até que ele quebrá-se? Ou tentaria puxar no sentido mais comprido?)

OVAL é o mais utilizado em grandes paredes, para acondicionar equipamentos, fixar cordas, quando utilizados em ancoragens e auto seguros é sempre o uso de dois invertidos entre si.

D SIMÉTRICO um pouco mais leve e mais forte, devido ao sentido da alavanca aplicada ao longo do eixo principal.

D ASSIMÉTRICO mesma resistência do D clássico, com vantagem de uma maior abertura do gatilho, sendo mais fácil de clipar a corda.


D ASSIMÉTRICO COM GATILHO CURVO usado normalmente na extremidade da costura, por onde se passa a corda, pois seu gatilho curvo facilita a passagem da mesma durante uma escalada.

HMS Pera c/rosca pelo seu formato pera e grande abertura é perfeito para ser usado com o nó "volta do fiel" e também com o nó de segurança dinâmica UIAA, tanto para a segurança do escalador quanto para um rapel de emergência.

MOSQUETÕES DE AÇO a linha de mosquetões de aço foi desenvolvida para atender as necessidades específicas das áreas Profissional e de Resgate.

Recomendações gerais:
Mantenha seus mosquetões limpos e sem arestas que possam danificar a corda. Para remover esta aresta use lixa grana 220-400, se isto não adiantar, destrua o mosquetão. Não guarde mosquetões danificados, você poderá usa-lo por engano e sofrer algum acidente durante a escalada. Sempre limpe e lubrifique os mosquetões após o contato com água salgada ou maresia. Limpeza:
Limpe o gatilho na região articulada, soprando o pó e a sujeira. Se uma limpeza adicional for requerida, lave o gatilho em água quente com detergente neutro. Enxágüe bem e lubrifique a articulação com pó de grafite ou WD-40. Retire o excesso de lubrificante. Obs: O uso do pó de grafite ou outro lubrificante seco, conserva a limpeza por mais tempo impedindo o acumulo de sujeira. Conservação:Mantenha todos os mosquetões longe de umidade ou maresia, equipamentos ou roupas úmidas e também agentes químicos.


Inspeção:
Cheque seus mosquetões regularmente e verifique rachaduras e corrosão. Tenha certeza de que o gatilho abre e fecha apropriadamente. Se o gatilho não funciona apropriadamente , ou está torto, separe o mosquetão. Mosquetões que sofreram grandes quedas também devem ser rejeitados.

Alguns Cuidados
Apesar de o mosquetão ser muito resistente, deve-se ter um cuidado muito grande com ele. Nunca deixe um mosquetão na areia, pois ele pode ficar difícil de abrir. Outro cuidado, e talvez o mais importante que deve-se tomar, é de não deixá-lo cair no chão. Se o seu mosquetão, ou o oito, cairem de uma altura de mais de 2 mts no chão, é aconselhavel que você aposente-os. Acontece que, ao cair, pode surgir microfissuras em sua estutura, tornando-o perigoso. Então, não hesite em aposentá-lo. Afinal, a sua vida está em jogo, e creio que ela não vale poucos reais, o preço de um simples mosquetão.

Meu mosquetão sofreu uma queda, posso continuar utilizando?
É difícil estabelecer se uma queda gerou algum dano estrutural no mosquetão. Para comprovar sus resistência, seria necessário um ensaio destrutivo - o que não serviria de nada! - ou um ensaio semelhante a um raio X para a identificação de micro fissuras, porém o custo superaria o valor do mosquetão. Quando o seu mosquetão sofrer uma pequena queda, faça uma inspeção minunciosa a procura de alguma marca profunda gerada pela queda, se for uma grande queda em uma superfície rígida, descarte-o. O mais importante é que se utilize o bom senso. Quando estamos lidando com a nossa segurança não pode existir dúvida. Se não existir plena confiança no seu mosquetão, é melhor que o utilize em outra função, como içamento de carga, por exemplo.

Qual a vida útil dos meus mosquetões?
Vida útil é tempo que o equipamento leva para perder suas características mecânicas sem desgaste, ou seja, sem uso. Não existe nenhum estudo científico conhecido sobre a vida útil do Al 7075 utilizados nos mosquetões, porém já tivemos casos de mosquetões com mais de 10 anos de uso que mantinham suas características e romperam acima da carga estimada.

Quando devo retirar meus mosquetões de uso?
Novamente o bom senso é o melhor parâmetro, mas alguns casos que os mosquetões deverão ser descartado são:

Mola do gatílio quebrada;
Grandes quedas (vide primeira questão)
Desgaste por corda;
Desgaste por chapeleta.


Como eu limpo e lubrifico meus mosquetões e polias?
Primeiro, limpe o mosquetão com um pano úmido a água para remover o excesso de partículas e outros corpos. Após totalmente limpo, seque com um pano e lubrifique os eixos ou molas com um óleo de máquina monoviscoso e de baixa viscosidade. Durante a aplicação do óleo mexa o gatilho ou gire as polias para que haja uma melhor penetração do produto e após a aplicação remova todo o excesso de óleo para evitar o contato com os equipamentos têxteis.


Fonte: Kailash,Apostila do curso PAARE Marumby Montanhismo.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

1ª Etapa do Mineiro de Escalada.


A academia tórtons sediará a primeira etapa do campeonanto mineiro de escalada esportiva.

Este ano serão 6 etapas ja programadas.

A primeira acontecerá logo mais, no dia 7 de março no ginásio Tórtons em Belo Horizonte, que passou por uma reforma para receber o evento.

CÓDIGO BRASILEIRO DE ÉTICA DE ESCALADA.


CÓDIGO BRASILEIRO DE ÉTICA DE ESCALADA.


Este código de ética foi discutido no 1º Seminário Paranaense em Março de 1993, e levado para discussão no 1º Congresso Brasileiro de Montanhismo realizado em Curitibaem Julho do mesmo ano.

I) Dos Pontos de Segurança (Grampos fixos ou Chapeletas)

1. Durante uma conquista deve ser observado o posicionamento dos pontos de segurança, de modo que em hipótese alguma de queda, o escalador toque o solo, arestas ou saliências, representando perigo à sua própria integridade;

2. É proibida a adição de pontos de segurança em escaladas já conquistadas, sem autorização dos conquistadores;

3. Em caso de regrampeação os escaladores não possuem poder algum para descaracterizar qualquer rota, transferindo a original proteção dos pontos de segurança, de acordo com o artigo primeiro anterior;

4. A utilização de dupla proteção nos pontos de parada é um fator que diminui a ocorrência de acidentes e deve ser sempre observada;

5. Sempre que possível os pontos de rapel devem ser comuns a varias escaladas;

6. Os pontos de segurança estão sujeitos às intempéries e devem merecer constantes observações todo início de uma escalada; e

7. Um ponto de segurança visivelmente mal colocado, deve ser evitado e informado à União Local de Escaladores para a sua substituição de acordo com o artigo segundo deste.

II) Do Meio Ambiente.

1. Nenhuma escalada deve transgredir as leis de proteção ambiental. Todas as situaçõesà parte devem ser discutidas pela União Local de Escaladores e decidido através de votação por maioria absoluta (50% mais um voto);

2. Todo escalador é responsável pelo seu material e lixos; e

3. Todo escalador tem a obrigação de divulgar e conscientizar a proteção ao meio ambiente.

III) Do Material Móvel.

1. Deverá ser utilizado material móvel sempre que possível, evitando-se o uso de pontosfixos ao lado de fissuras, fendas, rachaduras às quais seria óbvio o uso de materiais móveis.

IV) Ética e Estilo.

1. Ética e estilo nunca devem ser confundidos, sendo que ética são regras que definem uma atitude ou postura diante do esporte e ao meio e é flexível de uma região para outra. O estilo faz parte das características de cada escalador, ilimitado e autojustificado na relação de movimentos ao realizar uma escalada; e

2. Corda de cima, Hang Dog, Pink Point, Red Point e Solo, ficam classificados como estilo reservado de cada escalador que saberá definir seus limites, sendo porém mundialmente conhecido como melhor estilo o On Sight guiando.

V) Da Conquista

1. Nenhum escalador possui o direito de reservar para si qualquer rota ou pedaço de pedra, somente se estiver colocando evidentes esforços para efetuação de seus objetivos, seja aproximação, ou colocação de grampos; Em caso da modificação das intenções o escalador tem a responsabilidade de expressá-las à comunidade local, deixando-a aberta a todos; e

2. Toda conquista deverá ser divulgada no catálogo que deve ser editado anualmente.

VI) Da Graduação

1. Todo grau de escalada deve ser considerado On Sight; e

2. As graduações de artificiais devem estar dentro dos padrões, fator H e segurança expostos no catálogo local.

VII) Da Moral

1. Todo escalador deve utilizar de sua liberdade, usufruindo de seu espaço respeitando o próximo;

2. É considerado imoral marcar com magnésio rotas ou boulders, com intuito único de legitimar uma ascensão não executada;

3. Todo escalador tem a obrigação de prestar auxílio em caso de eminente perigo; e

4. Todo escalador tem o dever moral de transmitir uma boa atitude em relação à montanha e à prática do esporte.

VIII) Do Equipamento, do Resgate ou Acidente

1. Todo escalador tem a obrigação de prestar auxílio técnico ou de primeiros socorros,quando assim lhe for pedido; e

2. Todo escalador é responsável pelo seu equipamento e manutenção do mesmo.

IX) Conclusão Sobre o Código

Este código pode e deve ser alterado sempre que necessário e em consenso da UniãoLocal de Escaladores. Deverá ser respeitado por toda a comunidade e visitantes.


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